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quinta-feira, 27 de março de 2008

Bullying – A lei da intimidação entre os jovens

Para quem sempre considerou a escola não só como um lugar chato onde se tem de ir por obrigação, aprender um bando de coisas que das quais só usaremos menos que metade ao longo da nossa vida, mas também um lugar que é um verdadeiro campo de teste de sobrevivência, estava certo. E como um campo de sobrevivência isso significa que entre as armadilhas incluem-se os predadores que neste caso são os chamados bullies.


                                                    via: Signature Illustration

Se alguma vez, estando tu sentado a curtir a vida e levar uma tapa de um colega, aparentemente sem razão alguma, e sem ter sido na brincadeira fique a saber que foste vítima de bullying. É provável que tenhas feito algo que tenha irritado o bully: talvez tenhas tirado 20 no teste, namorado a menina ou o menino que o bully gosta, ter dado um Não gosto no facebook , teres um sotaque estranho ou simplesmente por existires. Mas o bullying não se caracteriza essencialmente por agressões físicas mas muitas vezes, e com maior incidência, por agressão social ou bullying indirecto que é a forma mais comum em bullies do sexo feminino e crianças pequenas, que alienam completamente a vítima.


Combinando intimidação com humilhação, os bullies tornam a sua acção mais eficaz. Muitas vezes os ataques não são directamente na vítima mas sim nos seus pertences, como livros, roupas, aparelhos electrónicos, roupas, etc; ou colocando a vítima em situações problemáticas, por exemplo com as autoridades que podem ser tanto escolares ou a própria polícia. 

Sem controlo de instintos básicos?

Ataques psicológicos incluem comentários depreciativos sobre a família, sobre o local de moradia, aparência pessoal, orientação sexual, religião, raça, nível de renda, nacionalidade ou qualquer outra inferioridade depreendida da qual o bully tenha tomado conhecimento, usar as tecnologias de informação para praticar o cyberbullying, chantagem.


O bullying nas escolas também acontece entre professores e alunos, de aluno para professor na forma de assediado sexual e moral, humilhação, ameaças, ridicularização. Infelizmente as queixas desses professores tanto aos colegas quanto aos pais dos alunos são interpretados com mau desempenho das suas funções de educadores. Por outro lado os alunos sofre bullying a forma de avaliações abaixo da média, perseguição, intimidação, comparação com outros alunos, chamada de atenção publicamente, demonstração de preferência a determinados alunos em detrimento de outros.

                                 
                                       via: Blog do Tavares            via: Alucinações Fraudulentas
Nem todos servem como professores.


 Isso é feito para que seus programas e códigos internos de conduta nunca sejam questionados, e que os pais (que geralmente pagam as taxas), sejam levados a acreditar que seus filhos são incapazes de lidar com o curso.


Tudo que já falei agora pode parecer um conjunto de situações fáceis de ser resolvidas, mas o problema toma outras proporções quando armas, homicídios e suicídios estão envolvidos.

Nos Estados Unidos o aluno de 8º ano, Curtis Taylor cometeu "bullycídio" (bullying+suicídio) após sofrer bullying por três anos. Um ano antes da entrada do segundo milénio e 17 dias para o final do ano lectivo, num pequeno povoado dos Estados Unidos chamado Littleton, dois alunos seniores do liceu plantaram terror no Liceu de Columbine ao entrarem no liceu e dispararem sem discriminação matando 13 pessoas e deixando 21 feridos, originando o evento que ficou conhecido como o massacre de Columbine. Na sua última mensagem: "Não culpem mais ninguém por nossos actos. É assim que queremos partir".


Ultimo recurso?

Infelizmente esse não é o único caso de tiroteios em escolas, e os envolvidos nesses tiroteios afirmam ter usado a violência como o último recurso quando recorrer aos adultos não tinha resultado.



Dado que a cobertura dos meios de comunicação tem exposto a quão disseminada é a prática do bullying, os júris estão agora mais inclinados do que nunca a simpatizar com as vítimas. Em anos recentes, muitas vítimas têm movido acções judiciais directamente contra os agressores por "imposição intencional de sofrimento emocional", e incluindo suas escolas como acusadas, sob o princípio da responsabilidade conjunta. Vítimas norte-americanas e suas famílias têm outros recursos legais, tais como processar uma escola ou professor por falta de supervisão adequada, violação dos direitos civis, discriminação racial ou de género ou assédio moral. (wikipédia)


Crime, castigo e simpatia.

"Como resultado destas tendências, escolas em muitos países passaram a desencorajar fortemente a prática do bullying, com programas projectados para promover a cooperação entre os estudantes, bem como o treino de alunos como moderadores para intervir na resolução de disputas, configurando uma forma de suporte por parte dos pares." 

2 coisa(s) escrita(s) depois:

  1. Catarina Matos 22.5.11

    A escola não é para fracos, literalmente. Safas-te se fores inteligente ou forte o suficiente para manter o maior matulão da escola sob o teu controle. Infelizmente o bullying é um problema sério que mostra a decadência da nossa sociedade, e ela começa em casa quando os pais não educam os filhos de maneira a que não se afeiçoem a violência. Crianças com armas a criar terror nas escolas são casos que há pouco tempo tiveram grande visibilidade na mídea o que mostra que é preciso fazer algo rápido uma vez que não se trata apenas de duas criancinhas a disputarem sobre uma bobagem.
    Artigo muito interessante, muito bem escrito. Obrigado por divulgar a existência deste flagelo.

  2. Muito bem dito minha cara colega Catarina. De facto certa parte da culpa é dos pais que entregam os filhos à tv e internet para serem educados. Daí aprendem o que não deviam e o resultado é um abuso aqui e ali e no fim mortes de crianças, provocadas pelas próprias crianças. Uma situação lamentável.

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