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quarta-feira, 29 de outubro de 2008

E assim, aos poucos, morre a caligrafia...

2 coisa(s) escrita(s) depois

O meu professor de inglês falou-me uma coisa que me fez pensar seriamente na direcção em que caminha a humanidade; ele disse que quando andava na primaria tinha teste de caligrafia e que esta valia uma boa percentagem da nota. Com certeza naquele tempo que o computador ainda não estava na moda, ou então pouco difundido, ele seria considerado como o milagre, a salvação.

Hoje, felizmente, temos o teclado, maquinice, como alguem costuma dizer,(para tudo: botões) e já não precisamos de fazer com que a primeira letra do parágrafo tenha o mesmo tamanho que a distância entre a linha inferior e a superior nem que as letras a seguir tenham um tamanho que não ultrapasse a distância média entre as duas linhas. Pois é, abençoado seja o teclado, maravilhada seja a tecnologia. Abra a porta: botões, lava a roupa: botões, fazer compras: botões, pensar: botões, será que há alguma coisa que façamos sem que entrem os "botões"? Ah!! Já sei, amar! Não!! Até aí entram botões. Acredite.

Eu fico muito contente com o avanço da teconologia e com os seus botões, que nos têm tornado a vida mais simples e duradoura. A grande verdade é que os dedos das pessoas começam a atrofiar-se, e daqui a pouco vai o cérebro e como diz uma amiga minha "o ki kabeça bai corpo nem si fulia"(quando a cabeça já não funciona, o corpo já de nada serve). Pois é, começei com a caligarfia porque parece estar na base de tudo - estou a falar das mãos, dos nossos queridos dedos, que foram para nós essenciais no processo da evolução. Já não precisamos deles: daqui a pouco chega a selecção natural a ditar: se não sabe teclar não passa à proxima fase da evolução.



Eu não estou a falar dos dedos, estou a falar do facto de o ser humano ter evoluido tanto que até os próprios sentimentos começam a atrofiar-se. O homem tende para a máquina e como uma máquina ele não pensa nem sente, faz apenas aquilo para que está programado sem avaliar que cada pessoa é diferente e que cada situação tem algo de único. Pedir a uma máquina que determine se devo ou não confiar numa pessoa? Por favor!! Não venha julgar uma pessoa com base na resposta de uma máquina. Foram construídas para serem precisas mas foram construídas para seguir ordens, não para pensar.


Virá a crainça a quem se se perguntar quanto são dois e dois, se não tiver uma calculadora não vai saber responder porque a sua cabeça depende da máquina. Já se começou a fusão do homem com a máquina - cyborg. Parabens!! A sério!! É muito bom poder ter o braço, a perna ou sei lá o quê mais, de volta. Eu apoio que os cientistas usem esses métodos para "reparar" as pessoas que perderam parte do seu corpo. Mas o que não espero que façam é que removam os nossos sentimentos.


Que venha a tecnologia e o progresso, mas que venham e nos ajudem, trabalhem connosco mas não nos ponham de lado. 'Tá bem!! Talvez eu esteja a exagerar mas, a verdade é que cada vez mais a espécie humana tem-se tornado numa massa inerte que deixa todo o trabalho ao poder das maquinas, até pensar, uma das funções mais básicas do ser humano.

É verdade que se pode fundir o homem com a maquina mas, nunca fundam a maquina com o homem.