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sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Sociedade - Eu quero acreditar

“Eu não confio nas pessoas”. Ouvindo o Tarzan a dizer essa frase eu até acreditava.  Mas para quem vive na sociedade isso pura ironia. Ironia porque a confiança é base da sociedade humana.

Para além da confiança entre pessoas “conhecidas” que consiste em partilhar segredos, existe um outro tipo de confiança – a que chamo crença selectiva – que consiste em as pessoas acreditarem sistematicamente em desconhecidos.


Experimentamos esse tipo de confiança quando vamos ao médico, quando compramos algo no supermercado, atravessamos a passadeira quando está luz verde, ao consultar o wikipedia, quando apanhamos um transporte, ao eleger o presidente, com nossos colegas, etc. Mas, não quando andamos num zona perigosa, quando estamos na floresta, etc. Essa crença é a única coisa que nos impede de tornarmo-nos paranóicos. Ela baseia-se na máxima que as pessoas não nos farão mal se não o fizermos a elas.

Não sabemos se o dono do supermercado não está a pôr veneno nos seus produtos, se o remédio receitado pelo médico não é na verdade um placebo, se a camada de ozono existe, se o espaço existe ou se isto é a realidade. Simplesmente acreditamos porque é o que nos convém. É como quando você ri quando alguem diz que o espaço só tem 100 kilometros de extensão. Você nunca esteve no espaço mas ensinaram-lhe que o espaço tem muito mais deo que 100 kilometros de comprimento.


Vendo por este primsma notamos que a ciência não difere muito da religião. Por exemplo a Física Quântica, é um ramo da ciência que se baseia sobretudo em teorias uma vez que trabalha com corpos sub e microscópicos, não visíveis prontamente para nós. No entanto essas teorias são aceites porque para além de fazerem sentido tem aplicações práticas imediatas que beneficiam as pessoas. Então a própria ciência tem um carâcter de "espiritismo", algo incerto e muitas vezes impalpável.

Acreditar em Deus para a maioria das pessoas não é algo de necessidade urgente, de modo que passar sem Ele a vida inteira é uma opção. Para aqueles que se devotam, Ele é uma necessidade tão urgente quanto respirar. Julgar os outros por acreditar em Deus é pura ironia uma vez que todos nós acreditamos em algo que não existe fisicamente.

Simplesmente acreditamos nesta harmonia ignorando o facto de ele ser baseada no facto de que ganhamos mais se vivermos juntos do que se ficarmos a lutar uns com os outros.
Apesar da máxima referida ser quebrada muitas vezes – abuso, homicídio, guerras – continuamos a acreditar porque precisamos disso para não voltar à idade da pedra, ou pelo menos a um mundo apocalíptico.

Então afinal o que sabemos nós? Poucos são aqueles que sabem alguma coisa, e esses que sabem são os verdadeiros governantes da sociedade humana.

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